quinta-feira, 22 de maio de 2014

Olhe além

A tecnologia nos concedeu muitos benefícios na medicina, na educação e por que não dizer também nas relações humanas?  O homem inventou o avião, o telefone, o computador, descobriu a cura para doenças raras e isso com a finalidade de favorecer um
mundo permeado de facilidades. Vimos muitos avanços mundo a fora,
estabeleceu-se a era digital. Mas, não se pode negar que ainda viemos na idade da pedra quando o assunto é relacionamentos. As redes sociais, assim como outros fatores, instauraram a globalização, somos interligados ao mundo inteiro através da internet, pessoas distantes disputam o mesmo espaço daquelas que moram e convivem conosco. Mas, como explicar o fato de se ter tantos “amigos” virtuais, ser capaz de se conectar com o mundo, obter informações instantâneas, possuir várias redes sociais e ainda não se sentir acompanhado?
 Através da tecnologia criamos para nós uma esfera de imediatismo, não precisamos mais esperar, tudo está ao alcance das mãos, ou melhor da conexão. Para algumas pessoas a ideia de viver sem internet é assustadora e causa angústia, a necessidade de compartilhar “experiências vividas” via online tem se tornado cada vez mais instigante, parece não importar o que é vivido fora dos feeds de notícias e dos holofotes. Estamos gradativamente substituindo a realidade pelo decalque, o encontro pelas mensagens, o olhar pela imagem.
O vídeo relata a solidão de um rapaz que possui relacionamentos virtuais e encontra-se desolado pela ausência de encontros verdadeiros. O grande físico e humanista alemão Albert Einstein (1879-1955) temia esse dia em que a tecnologia se sobrepusesse à humanidade. Perdemos o gosto de estar, agora só precisamos nos conectar, não há mais alegria no encontro, nem mesmo temos tempo de experimentar a saudade, pois já encontramos um jeito de substituir a ausência sofrida. Perdidos em meio aos fenômenos da globalização, caminhamos rumo ao inflacionamento de tudo que é da natureza do eu, do si mesmo, reproduzimos o que vemos, nossas crianças desde cedo são inseridas em ambientes invadidos por computadores para suprir a falta do Outro, “somos uma geração de telefones inteligentes e pessoas burras”. Não podemos ignorar o fato de que não sabemos coexistir, mas podemos fazer a nossa parte, basta um click...

Se desconecte, não dê aos outros apenas o seu “Curtir”, ofereça o melhor de si.


Por: Jacqueline Cruz

4 comentários:

  1. Hoje em dia as crianças perderam a prática do brincar, eu vejo pelos meus sobrinhos mesmo, quando tem alguma confraternização em família, ficam todos ligados no celular, computador, tablets... Fico olhando pra eles e falando pra mim mesmo o quanto eu aproveitei bem a minha infância/adolescência, não que eles não aproveitem, cada um tem um jeito próprio, mas com esses avanços tecnológicos eu me sinto incomodado por eles, por estarem sendo sugados e roubados por essa rede tecnológica.

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  2. Esse vídeo é excepcional, já tinha tido o prazer de ver antes. Mais brilhante ainda a sua construção acerca dessa questão que está tão intríseca no nosso dia-a-dia, eu creio que nenhum de nós escapa dessa realidade.
    E digo mais, quantas oportunidades perdemos só por estar olhando para baixo, vidrado num aparelho que nos controla- ao invés do contrário-, e esquecemos de viver de verdade, o real, o aqui, e o agora.

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  3. Falou tudo Ariane. Concordo em tempo e espaço.

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