terça-feira, 27 de maio de 2014

Esquizofrenia na Adolescência

A adolescência é um período marcante de profundas mudanças sejam elas internas ou externas do organismo global, física e mentalmente. É também a idade para desenvolvimento da maioria dos transtornos emocionais.
     Esquizofrenia é considerada pela psicopatologia como um tipo de sofrimento psíquico grave, caracterizado principalmente pela alteração no contato com a realidade (psicose). Segundo o DSM-IV, é um transtorno psíquico severo
caracterizado por dois ou mais dentre o seguinte conjunto de sintomas por pelo menos um mês: alucinações visuais, sinestésicas ou auditivas, delírios, fala desorganizada (incompreensível), e sintomas depressivos.
     É relevante uma necessidade de bons conhecimentos sobre o quadro de Esquizofrenia. O cuidado diante o diagnostico é mais do que justo, se considerarmos os efeitos de um diagnóstico errado sobre algum transtorno psiquiátrico crônico, diagnóstico esse capaz de modificar intensamente a relação do paciente consigo mesmo e com os demais, além das atitudes negativas por parte de seu entorno familiar e social.
     A Esquizofrenia aparece muito raramente durante a infância e o inicio da adolescência. Depois do início da adolescência sua incidência aumenta: 13,5% das Esquizofrenias aparecem antes dos 20 anos e 47,3% aparecem entre os 21 e 30 anos. McClelam (1993) calculou que a prevalência da Esquizofrenia de início precoce, ou seja, antes dos 18 anos, era de 12 a 20%.
   Enquanto as raras formas que aparecem na infância tendem a ter início insidioso e são invariavelmente mais graves, as Esquizofrenias da adolescência seriam muito mais agudas. No que se refere à relação entre sexos, os estudos mostram proporção igual entre homens e mulheres, entretanto, alguns apontam pouca e discreta maior freqüência entre os homens.
     Para serem classificados como Esquizofrenia os transtornos psicóticos persistem durante um período mínimo de seis meses. Porque podem surgir sintomas precoces, como por exemplo, sentir a presença de uma pessoa ou força invisível, ainda que não existam alucinações. O comportamento nessa fase, embora não seja amplamente desorganizado, pode ser peculiar, como por exemplo, resmungar para si mesmo, colecionar objetos estranhos e visivelmente sem valor. Mas tudo isso só tende a confundir ainda mais o diagnóstico médico, já que, na adolescência normal, tudo isso pode ser perfeitamente comum.

Segundo Jeammet (2000) concluiu que o critério de duração mínima de seis meses continua sendo um dos mais seguros.

Em relação ao comportamento e interação social, a maior parte dos esquizofrênicos mantém contatos sociais limitados. Na Esquizofrenia, os adolescentes que eram socialmente ativos podem tornar-se retraídos, perdem o interesse em atividades com as quais anteriormente sentiam prazer, tornam-se menos falantes e curiosos, e podem passar a maior parte de seu tempo na cama. Para a família esses sintomas de desinteresse, chamados de sintomas negativos, costumam ser o primeiro sinal de que algo está errado.


No adolescente os sintomas psicóticos mais freqüentes da Esquizofrenia são as alucinações auditivas, o delírio e os transtornos do curso do pensamento, tais como incoerência e fuga de idéias. Não significa necessariamente que adolescentes que apresentem estes sintomas sejam Esquizofrênicos.

Por: Míriam Pinheiro

Referências


http://pt.wikipedia.org

McClellan JM. - Estudo de início de psicose: comparação entre os diagnósticos de resultados de esquizofrenia, transtornos do humor e transtornos de personalidade. J. Autism Dev Disord 1993; 23: 243,262

Jeammet P. - Lesprémices o schizophrénie.In: DeClercq M, J Peuskens ed. Distúrbios esquizofrênicos. Paris (Masson), 2000 127 144

Foto: sonhosreais-analuz.blogspot.com.br


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