segunda-feira, 26 de maio de 2014

Um belo olhar







         O curta metragem ‘Eu não quero voltar sozinho’ relata uma historia de três adolescentes, Leonardo (Leo) um jovem com deficiência visual que devido a esse problema sofre o preconceito, e o olhar de indiferença da sociedade, ao mesmo tempo tenta lhe dar com a mãe super protetora e passa pela fase que
busca sua independência. Giovana uma jovem garota sem nenhuma autocomiseração e com humor certeiro, amiga inseparável do Leo,  a qual passa a ver suas vidas mudarem com a chegada do Gabriel, um adolescente que chega a cidade e por acaso começa seus estudos na mesma sala de aula que Leo e Giovana se fazem presente.
      O trio logo fica muito próximo e como em qualquer triângulo amoroso, adulto ou juvenil, o ciúme é incontornável: está nas ações da amiga que defende Leo com unhas e dentes , na superproteção da mãe, na compreensão do pai que busca dialogar especialmente na aproximação com o novo amigo.
      Um ponto muito tocante do filme é a naturalidade com que o próprio Leo passa a tratar a sua cegueira, com a chegada do novo amigo. Seja pela força do habito ou por não lembrar que o menino é “diferente”,  deste modo Gabriel vive cometendo garfes.
      A partir desses momentos de aproximação entre eles, o contato com o mundo passa a ser uma urgência como na vida de qualquer adolescente, e principalmente no caso do Leo onde tudo se torna mais agudo – , é a descoberta de um amor, que nada se vê e tudo se sente, a partir do surgimento de novos sentimentos Leo passa a descobrir mais sobre seu próprio eu  e sobre sua sexualidade.


    Pois como citou Simone de Beauvior, ninguém nasce sendo homem ou mulher, torna-se homem ou mulher. E a partir dessa experiência, desse novo e primeiro amor do Leo ele passa a se constituir sua personalidade, e a desvendar suas pulsões subjetivas. Tendo em mente as dificuldades que são e serão vivenciadas, pelo olhar dos outros. 

Por: Bruna Santos

2 comentários:

  1. O que se pode escolher na vida é ser feliz, ou seguir os desejos de uma sociedade alienante.

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  2. Esse curta é ótimo. A gente acaba percebendo 2 tipos de exclusão do padrão imposto pela sociedade : a deficiência visual e a homossexualidade. De uma simplicidade tremenda. o amor não tem idade, não te hora, não tem cor e nem sexo. Ele chega e acontece.

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