Nas praças
de alimentação não se veem vida, veem-se vultos, vazios, multidões, olhos que
refletem o visor do celular ou que conferem às pressas as compras.
Nos consultórios médicos, não se veem vida, há
somente pessoas entediadas buscando manter uma rápida conversa com os estranhos
ao lado.
Nas festas?
Nada! Ausência de vida. Pessoas comungam de um mesmo ritual, felizes e
estúpidos gritam uma alegria passageira.
E as
igrejas?
Não se veem vida. São almas
sedentas, interesseiras, clamando uma benção que mantém-los ali para ganhar a
redenção.
Não vejo
vida, não vejo vida!
Encontrei a
vida, dia desses, distraída. Estava num bordel! Os quartos, motéis, prostíbulos
pulsam vida, a vida há, lá a vida é penetrada. Comem-se com vontade, conversa
sem se entediar, gritam e gemem porque no corpo tudo é sentido, gozam com o
deus pervertido, porque sem desejo a vida não há.
Por: Jakeline Silva
Fonte da imagem: http://vmulher5.vila.to/interacao/6517876/desejo-contido-142989-1.jpg
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Ótima postagem Jack, retrata mesmo o quotidiano hostil em que estamos inseridos. Parabéns Pelo belo texto.
ResponderExcluirA vida é o que é.
ResponderExcluirParabéns pelo texto.
Agradeço a horizontalidade com a qual vocês o interpretam.
ResponderExcluirA vida sendo vida, vida desejada, vida vivida! Texto show Jaque :)
ResponderExcluirCrítico e corajoso. Lindo aos olhos, ao corpo e à alma.
ResponderExcluirBelíssimo!
ResponderExcluirVejo vida nas suas palavras, ou melhor vontade de viver.
ResponderExcluirVontade de encontrar a vida.
ResponderExcluirMuito massa a postagem!! (y)
ResponderExcluirEscreves bem Jakeline, o texto levanta reflexões sobre a via do desejo dentro dos marcadores sociais e subjetivos. As novas roupagens contemporâneas da pulsão de vida, lembrei lendo seu texto de algo que traz a baila a responsabilidade inconsciente, 'Eu sou o meu acontecimento"
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