sexta-feira, 30 de maio de 2014

Vertical





  Desconfiava que a subjetividade era uma ilha flutuante, agora vejo que tornou-se em minhas reflexões um grande continente explorável. Ingênua! Noto agora que tudo que é criado pré-existe em algum lugar, eu sou nós. Subjetividade, assim como toda a criação segue a formatação que atende as demandas da sociedade, tudo enquadrado, tudo em formas. Em tudo há.
  Há um eixo vertical, um livro raiz, um poder dominante disseminado, há um modelo personalizado. Logo eu, acreditava ser tão original, logo eu que jurei saber um dia o que estava acima do bem e do mal. Eu, nós, vertical.
 Verdades, verdades absolutas, solidez, condutas, todas putas. Todo deus é mais santo quando é meu.
Pra todo religioso é idiota quando se é ateu.
Todo extremo é radical?
Vertical, estou no alto, decolagem ou mergulho tanto faz. 
Toda verticalidade só segue uma linha reta, não é possível chegar muito longe quando só se segue uma direção. Na horizontal, nos pontos descontínuos é possível a reflexão.
Respostas. Respostas matam, cristalizam. Respostas excluem. 
Tudo é forjado? Tudo é inventado? No escuro há luz?

 Estou preso, escravo da razão e do discurso. E como construir verdades nesse mundo?
Verdades não existem, são todas verticais.
Entre a linha  reta só há dois lugares, é nesse modelo vertical que não há espaço pro anormal. O caminho está nas perguntas, quando não tentamos responder. Perguntas só são perguntas quando sua única função é nos mover, um movimento horizontal.



Por: Jakeline Silva


Referência do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=zHQqpI_522M

   

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